Nos caminhos dos meus dias
Me ajustei e vim formar,
Uma quadrilha de potros
Pros meus sonhos encilhar.
Quatro cavalos de almas livres
Pelo pasto a galopar,
Ventas abertas contra o vento,
Crinas soltas a revoar.
São quatro parceiros de monta,
Companheiros do mesmo trilho,
Nem tão dóceis, nem tão ágeis,
Nem tão mansos pro lombilho.
Um é o potro baio, outro é o ruano,
O terceiro é um mestiço tordilho,
E o mais arisco, o potro mouro,
Que nem mesmo eu encilho.
São quatro sonhos para a vida,
Quatro destinos, quatro ventos,
Quatro cavalos redomões,
Cada qual com os seus talentos.
São libertos das amarras
De um laço de doze tentos,
Para galopar na invernada
De um ano que passa lento.
O primeiro desses potros
Que sonhei para a minha encilha,
Foi o potro baio encerado,
Outono pelas flechilhas.
Mas nem um tiro de laço
De doze braças faz presilha
Às folhas esparsas ao vento
Pelas várzeas e coxilhas.
4 respostas a “Quadrilha de Sonhos”