Poeta: Adriano Frederico

Cada vivente que olhou o lindo céu, agradeceu ao patrão velho
O rodeio tem início na categoria mirim, sinto em mim, a confiança.
Talvez a pilcha preencha a minh’alma, com a paz e calma necessárias.
Três nomes antes, enfim eu, outros dez ainda tentarão!
A minha apresentação foi perfeita, inundou o coração de todos,
Nos olhos do papai e da mamãe brotaram lágrimas de orgulho.

O tempo galopa num trote constante e o que me resta é a espera,
O sol desliza no céu e logo terei mais um troféu, na minha coleção
A convicção da vitória me causa inveja dos que buscam na incerteza
Não compartilho do mundo daqueles que almejam o segundo lugar,
Apenas aguardo enquanto sugo os prazeres oferecidos no rodeio
Um verdadeiro devaneio que une gerações nas tradições gaúchas.

O impossível aconteceu, estou sem ação, sinto o amargo da decepção,
rapidamente busco nos meus pais, o conforto temendo o sermão.
Minha mãe, mulher simples, porém experiente, me diz calmamente:
– Criança, a vida nos oferece pontes para equilibrar a balança,
É preciso saber vencer, assim como perder; para entendermos
Que o único oponente é você mesmo. Na tradição todos são vencedores!

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