Poeta: Mario Amaral
Eu era só um guri, logo depois que nasci.
Mas, o tempo foi passando, junto com ele cresci.
Os manos que vieram antes, cuidaram muito de mim,
Com brinquedos e mamadeiras. Te juro, foi bem assim.
A mãe, uma linda prenda. O pai, um peão na essência.
Assim são os filhos de Deus, que nascem nesta querência.
Hoje em tempo distante, pelas leis do universo,
Faço poemas de sonhos e de lambuja digo uns versos.
Nossa, como eu queria, reunir toda a criançada,
Longe da fome e do frio, com alegria, mais nada.
Quando a piazada se junta, contam bravata e lorota,
Porque a vida é um brinquedo, desses de virar cambota.
Na roda que roda o tempo, roda a vida de inclusão.
E no rancho, a nossa vida, por nossos pais, pela mão.
Pois, eles cuidam da gente do jeitinho dos avós,
Na plenitude das horas, no sangue que pulsa em nós.
Dizem que lá no mato mora a mula sem cabeça
E no céu vivem os anjos, pra cuidar que a gente cresça.
Eu peço para os adultos: não inventem a escuridão,
Tomem um banho de amor no luzeiro coração.
Igualzito a uma pandorga empino o lenço da estrada,
Que se levanta com o vento, trinando e dando risada.
Tenho muito a aprender da casa ao fundo da grota,
Saltitando os desafios, me vou virando cambota.