Poeta: Lauro Teodoro
Amanhece o dia no campo
raios de sol começa apontar.
Brincam crianças nas casas,
e ninguém vê o dia passar.
Cavalos de pau no terreiro
galopam os sonhos de menino.
Destino de ser igual os pais,
cultivar o amor campesino.
Encilhar um petiço pra escola
na vida campestre de criança.
Faz de conta, gado de osso,
imaginando a fazenda esperança.
Galpão, lugar de lidas e animais
mate ao redor do fogo de chão.
Horneiro João-de barro, pássaro
pedreiro, usa o bico como mão.
Invernadas, campo cercado
animais de raça e criação,
Jardineira, em quatro rodas
da força animal sua tração.
Lendas, causos de assombração
forma rodas e sarau nas casas.
M ́boi-tatá, causava medos
cobra de fogo, olhos de brasa.
Negrinho do pastoreio, pastor,
menino inocente, sofre açoite.
Ó de casa, anunciando gente,
o lampião que alumia a noite.
Pescaria em dias de chuvas
nas águas mansa da sanga.
Quero-quero, grito de alerta,
sabiá gorjeia lá nas pitangas.
Rezas nos oratórios da sala,
a chaminé boceja esperança.
São João, tem festas juninas,
pula fogueira com as criança!
Tapera nos fundos da aldeia,
tem laranjeira abandonada.
Umbu antigo, lá no potreiro
abriga os ninhos e revoadas.
Vertente d ́agua brota na terra
mata a cede, desce do monte.
Xergão molhado lá no galpão
pelego branco, abre horizonte.
Zebu, raça de giba que da carne
vaca de leite, boi gordo de vigor.
Vida campestre, criança brincando,
idéias ocupadas… fonte de amor!