Poeta: Luciano Salerno
Escuto o silêncio, o compasso do dia em movimento
e peito adentro desritmado meu singelo mundo.
Frente aos olhos vislumbro um relicário matiz,
a raiz de um alfarrabista protetor de mensagens.
São parábolas e imagens que em tinta e papel…
formam a menestrel transcendência dos personagens.
Sim, onde habitam mistérios de um mundo imaginário,
Gira ao contrário o relógio do tempo tropeiro.
Talvez, o cancioneiro coração sinta diferente
o tempo presente e veja aqui, passados ciclos de vida.
Entre as chegadas e partidas ter o mesmo brinquedo,
mas alpedo, no olhar adulto ser matéria consumida!
Ser criança é ter amigos nas rosetas dos ventos.
É ter sentimentos brincando com minhas bonecas.
É entre peteca e cinco marias ficar horas inteiras…
e com as singelas brincadeiras nunca estar sozinha.
Então canto uma cantiga num carrossel completo,
são notas em vôo liberto pelas horas inquietas…
é viver a vida repleta de magia, num reino secreto.
Na forma da fotografia, sentir e diferenciar…
pela vida, andar ao tranco petiço e lento.
O lúdico movimento da futura esperança
Sarandeia na contradança de todas as gerações,
E as cintilações de um olhar calado, viajeiro,
derramam-se por inteiro sobre a taipa das emoções.
Hoje, respiro minha realidade na luz da aurora.
No pomar, aflora singela a flor da laranjeira,
E vislumbro de alma inteira esta linda imagem.
E a terra, armorial de visagens me convida
Para correr sentida entre suas paisagens.
Mais que um poema, deixo um singelo pedido…
Do que carrego comigo em pura verdade.
Que desta vaidade o “ser humano” abandone!
Mate a fome sendo mais humano de sentimentos…
E doe momentos de atenção aos seus filhos!
Então, o brilho do olhar mostrará o tempo que partiu,
A infância que sorriu com brinquedos e imaginação
despertando em seu coração a criança que um dia existiu!