Poesia: Suelen Mombaque Schneider
A roda cotia girou
E não se levantou…
E assim se debruçou!
Cadê o galo que cantava?
Fechei meus olhos para ouvi-lo,
Mas a casa não caiu.
Talvez o peão tenha girado
Durante a cantiga
E roubou a cena da cotia…
Ou se enrolou no ioiô
E de lá não mais saiu?
Então joguei as três Marias
E pedi numa oração pra Deus:
-Que me traga essas cantigas
Que talvez estejam perdidas,
Pelas crianças, lhes dizendo um Adeus.
Eu estou cantando e sonhando…
Aguardando meus desejos
Pela fada dos dentes,
Nessas noites tão quentes,
Sem banhar-me nas sangas.
Preciso dormir…
Se não a cuca vem me pegar!
Até que amanhece
E os lenços em meus olhos
Desatam-se para poder ver melhor…
E então fui pra escola
Senão era eu quem iria rodar….
E lá sentado…
Rodopiei os meus sonhos
E então viajei pras lendas,
Sem pensar em outras crenças.
Joguei o anzol e pesquei sereias…
Corri do boitatá
E me perdi pelas matas,
Me escondendo de lobisomens
Nas grandes luas cheias,
Pulando numa perna só.
E seguirei sem temer fantasmas,
Escrevendo um novo conto
Através das minhas aventuras.
Desbravando o horizonte,
Indo de encontro ao arco-íris
E ao meu pote de ouro!