Poeta: Adriano Frederico
Patrão Santo olhe, com tolerância, por todos da sua grande querência,
Envie um capataz, a cada um de nós, para nos mostrar o caminho da paz
E assim nos guiar em direção à luz, ao amor, ao perdão, ao Senhor, Pai!
Nos ajude a perdoar nossos inimigos, os transformem em bons amigos.
Alimente nossos espíritos dos frutos do seu arvoredo, nos livre do medo
E que nunca falte o mate amargo, logo cedo, e o charque para o almoço.
Patrão do céu, nos permita rasgar o grosso véu, do cabresto da ignorância
Para entender que o importa é amar a cada vivente como a si mesmo
E que toda criança tenha como ganância crescer nos seus ensinamentos.
Diga aos meus pais que não desejo presentes caros, somente a presença!
Brincar como se ainda fossem crianças, com ânsias de apenas viver!
Não, não é a quantidade de tostões e sim a caridade que deve nos definir.
Patrão velho, sei que a vida não é nada justa, cada um de nós com sua sina,
Sentindo o relho no couro sem conseguir ver a dificuldade dos demais.
Imploro, não nos deixe desanimar diante dos inevitáveis pealos desta vida,
Para que seja um aprendizado a cada vez que precisarmos nos levantar
e a cada tropeço saibamos enterrar as mágoas com a pá da sabedoria
Para montarmos num bagual rumo a um amor sem igual, o Seu amor, Pai!
Patrão Velho, quando eu for uma pessoa bem velhinha, vivida e experiente!
Que eu consiga olhar no meu espelho e saber que venci todas as peleias
Que superei, com resistência, o mal da minha humilde existência,
Impedindo que ele rasgue, com seu punhal implacável, a minha frágil alma.
Assim, quando eu não tiver mais ar, nos meus pulmões e, inevitavelmente, apear
saberei que trilhei o caminho do bem e O carreguei dentro do meu coração!