Poeta: Marcos Roberto Paines Nunes

Eu tenho três bonecas…
E não sei de qual delas gosto mais.
Olhando, até parecem diferentes,
Mas, pra mim, as três bonecas são iguais!

Eu não sei qual a mais bonita…
Talvez nem tenha mesmo uma perfeita,
Mas aprendi amar as três bonecas,
Pois beleza é o imperfeito que se aceita!

Uma de pano, a avó me deu. A mais antiga.
Já bem surrada, mas que renova tantos afetos.
É simplesinha, porém parece que até tem alma…
A paz, a calma, que os avós têm com seus netos.

Outra, a loirinha, olhinho azul, dessas de loja,
Troca roupinha, é feito filha pra eu cuidar…
Eu gosto dela, até pareço com minha mãe,
Quando entrego todo amor que tenho para dar.

E tenho também uma pretinha, que eu escolhi!
Acho tão linda, não diferente, cheia de encanto!
Olhando ela eu enxergo muito além da cor
Eu sinto amor, como nas outras, no mesmo tanto!

As três bonecas, que me acompanham, todos os dias,
São alegrias na minha vida, são confidentes!
Sabem segredos e até os medos que as vezes sinto.
Sabem, eu pressinto, que as bonecas são quase gente!

Não são seus jeitos, ou suas cores, ou mesmo a forma,
São seus carinhos que em silêncio sinto em afeto.
E quando a noite apago a luz e fecho meus olhos,
Mesmo sem ver, sinto que elas estão por perto.

E vejo adultos que até brigam por quase nada,
E uns dos outros ficam distantes por preconceito,
Mas eu, criança, junto as bonecas vivo meu mundo,
Sem diferenças, amando todas do mesmo jeito!

Eu não entendo, por ser criança, as coisas de adulto,
Mas sonho o mundo, bem mais alegre e até sapeca,
Onde um sorriso seja remédio curando a dor
E tenha amor, igual eu tenho pelas três bonecas!

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