Poeta: Tatiane da Rosa Crestani

Guardo a nítida lembrança
Do abraço que deixou saudade
De um olhar que foi verdade
Do colo que me deu guarida…
São memórias revividas
De quem nos deixou saudades…

São semblantes conhecidos
De quem um dia foi canção
Dedilhada num galpão
Em meio a temporais.
Hoje a música é companhia
Pra relembrar meus ancestrais!

Tinha um sorriso conhecido
Que me dava abrigo e calor,
Era ele o mais puro amor…
Minha luz e inspiração.
Assim cresci com meu avô
Aprendendo em cada estação.

Tudo tão simples e pleno
Com os teus ensinamentos:
– Hoje vem chuva, pois os ventos,
Estão soprando na tapera.
E eu de olhos acesos
Vivia a beleza da espera!

Lembro bem de uma manhã…
Ao longe ele sorria
E em suas mãos trazia
Várias bolinhas de gude,
Ensinou-me como jogar
Bem ao lado do açude.

E eu, malandro que era,
Inventei outra brincadeira
E descendo pela ladeira
Joguei ao longe aquelas bolinhas
Que do outro lado do açude
Assustou as pobres galinhas…

Foram anos de alegria
Plenos de luz e esperança,
E no meu olhar de criança
Eras meu anjo do céu
E meus dedinhos de neto
Desenharam-te num papel!

Guardo comigo este desenho
Que me ofusca a visão,
Pois o trago no coração
Sem nunca desbotar.
Hoje resta apenas saudade
De quem um dia resolveu voar…

Vou relembrando teus passos
Com olhos de solidão,
E peleando com a razão
Tento seguir o meu caminho
Pois não encontro mais teu abraço
Este foi nosso destino!

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