Poetas: Lauro Teodoro e Luciano Salerno

Minha vó fazia pandorgas
pra mim brincar na infância.
Na vida do interior era bonito
Ver pipa voando em voltas
em sarandeio pelo céu
subia na direção do infinito.

Lembro bem da primeira
quando minha vó retirou
do caderno a folha de papel.
Fez uma trama de taquara
e da maquina de costura
retirou a linha do carretel.

Aprendi a brincar com ela
e empinar a pandorga no ar
até enroscou-se no galpão.
Depois por riba do terreiro
assustou a galinha de pinto
pensando que era o gavião.

Soltei mais linha e ela foi pro céu
Quase alcançou as nuvens!
Parecia um passarinho laçado
num colorido de figuras no ar,
O vento danado ali soprando
Eu ficava feliz brincando
com a pandorga livre a voar.

Mesmo assim não deixo de brincar
Com os brinquedos que tenho,
foram todos herança dos avós.
Lembro as pandorgas da infância
do tempo criança, a posteridade,
que no futuro, meus descendentes
Também dêem valor e importância.

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