Poetas: Lauro Teodoro e Ilva Moraes da Silva
As vezes em sonhos retorno,
pros dias da minha infância.
Naquela vidinha interiorana,
nos meus tempos de criança.
Lembro das trilhas pelo mato
quando trazia água da sanga.
No chapéu de palha colhia
amoras, guabirobas e pitangas.
Quando era época das messes
Se colhiam frutos, na terra o grão.
A mesa era farta, o paiol cheio
de milho, trigo, arroz e feijão.
Um ranchinho de capim
que jamais será esquecido.
Um riacho de águas claras
e um pomar bem colorido.
Uma bonequinha de pano
com seus olhos um botão
um vestidinho de chita,
E os causos de assombração.
A prosa no fim de tarde
e um chimarrão a preceito
ali forja-se a índole
com calmaria e respeito
Ah! tudo era diferente
quando um idoso falava
ouvia-se com atenção.
E a noite, ao voltar pro catre
unia-se a s duas mãos
e com carinho e respeito
Aos pais , pedia benção.
Era assim mesmo lhes digo
vida, alma e simplicidade
encantos que hoje não vejo
Pelos cantos da cidade.
Mas contarei à meus filhos
pra eternizar a verdade.