Poeta: Joseti Gomes

Quando as Marias acordam,
quando as Luzías despertam,
os Pedros e os Antônios
também as Ritas e Chicas,
se transformam em formigas
e vão correr pátio afora
pelos atalhos dos sonhos…

Quando amanhece sem sol,
e a chuva chega de manso
encharcando o arvoredo,
brotam açudes ligeiro
espalhados no terreiro
de onde saltam jundiás
para os anzóis de brinquedo.

Quem fica dentro das casas
viaja pelos mistérios
de três ou quatro portais.
Sótão que sai no porão,
quarto que sai no galpão,
lugares e seus segredos,
longe dos olhos dos pais.

Que correria medonha!
Quanta energia dos piás!
Colchão, com palha de milho,
esconde agulhas e linhas
e, as penas das galinhas?
Explodem dos travesseiros
na algazarra dos filhos.

A tarde engole as goteiras
que cantam em despedida.
A sesta vence a disputa…
Silêncio no quarto grande
dos pequenos viajantes
com sede de pipa e campo
agora, paz absoluta…

De repente, o sol invade
o descanso da piazada,
recarrega as energias,
engole a água das poças,
pinta o céu em cores novas!
Um arco-íris gigante
com potes de fantasia.

Quando as Marias acordam,
quando as Luzías despertam,
os Pedros e os Antônios
também as Ritas e Chicas,
se transformam em formigas
e vão correr pátio afora
pelos atalhos dos sonhos!

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