Poeta: Carlos Omar Villela Gomes

A toca do tatu é esconderijo
Onde o bichinho se resguarda e se protege;
Onde tão frágil, se preserva dos perigos…
É a natureza, que tão sábia, sempre rege.

A toca do tatu é o seu rancho…
Sua guarida, sua defesa… é o seu lar;
Protege as crias deste mundo, tão carancho…
Se dá o direito de crescer e de sonhar.

Eu vi caçadas pra o bichinho, vi cachorros…
Vi tanto ódio contra quem só quer viver;
E o bichinho, sem falar, pede socorro…
Poucos precisam do bichinho pra comer.

Porque quem caça, sem ser pela precisão,
Leva maldade na razão e no conceito;
É uma desculpa pra judiar de um coração…
É a maldade retoçando nesse peito.

Eu sou piá e também tenho a minha toca,
Onde me escondo de agressões e temporais;
Estou seguro do que a vida me provoca
Na minha casa e no abraço dos meus pais.

Esse bichinho vai lutar dia após dia
Pela riqueza da sua vida e dos filhotes;
Mas a maldade caçadora, sempre fria,
Vai lhe tenteando, feito cobra dando um bote.

Estou seguro cá nos braços da família….
Um mundo inteiro não consegue me alcançar;
Mas o bichinho vence chumbos e matilhas
Pelo instinto de querer se preservar.

Eu sou amado nesta vida que navego…
Tenho harmonia, tenho paz e tenho os meus;
Que o céu ajude, pois o céu nunca foi cego…
Esse bichinho, que é também feito por Deus!

Na minha casa, têm amores e valores…
Cabem amigos… cabe eu e cabes tu,
Que bem me amas e afastas dissabores…
Viva este rancho e a toca do tatu!

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