Poeta: Delonei Bergamo Picoli

Não refuga boi barroso,
não te faça de lacaio.
Senão encosto meu baio,
e te tiro na paleta.

Cuida a cria, vaca preta,
não abandona o terneiro,
que o cusco chega primeiro,
naquele que fica atrás.

Nesta tropa de sabugo,
vou repontando esperanças.
Nestes sonhos de crianças
do tanto fez, tanto faz.

Vamos, vamos boi pitoco,
não acerca na porteira.
É no estalo da açoiteira
que eu espanto o jaguané.

E o brasino que refuga,
leva o cusco de atropelo,
e me faz saltar ligeiro,
no lombo do pangaré.

Nesta tropa de sabugo,
reponto sonhos e versos,
faço parte do universo,
por isso me sinto grande.

O meu peito se expande,
de cantar me dou o luxo,
sou pequeno e me orgulho,
de brincar e ser gaúcho.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *